A Trégua (tradução Joana Angélica D’Ávila Melo, Alfaguara – Objetiva, 2007, 180 p., R$ 21,00) foi escrito por Mario Benedetti em 1959 e publicado pela primeira vez em 1960.
Conta, no formato de um diário, os meses que antecedem a aposentadoria de Martín Santomé, às vésperas de completar 50 anos.
(Naqueles tempos, as pessoas se aposentavam com 50 anos e tinham a expectativa de viver mais uma dúzia de anos; não como agora, que se aposentam com 75 para depois vegetar até os 95.)
Santomé é viúvo há mais de vinte anos, tem dois filhos e uma filha, e trabalha em um escritório onde, como de hábito, ninguém sabe a razão das tarefas repetitivas.
Um dia , a jovem Laura Avellaneda vai trabalhar sob o comando de Martín, e a relação entre eles passa de simples olhares a uma de afeto e amor, pràticamente às escondidas dos colegas de trabalho e das respectivas famílias.
O texto em geral é fluido, porém alguns capítulos exageram nas descrições dos sentimentos camuflados de Santomé, com menor interesse.
Vale a pena a leitura deste livro, parte das obras da primeira metade dos variados estilos escritos por Benedetti.