Fui falar mal de Válter Hugo Mãe, em O Filho de Mil Homens, e eis que agora tenho de dizer: minha língua estava correta.
A desumanização, escrito em 2013 (Editora Globo – Biblioteca Azul, 2017, 190 p., R$ 44,91) é muito pior, muito mais chato, muito mais arrogantemente pretensioso.
A começar pelo prefácio escrito por um “professor de ética”, que acredita que a falsa empostação de voz e a deliberada ausência de movimentos faciais trazem “ética” aos mentirosos.
O livro narra a história de uma jovem adolescente islandesa, cuja irmã gêmea morreu, e a deformação mental, moral e social de sua família e da pequena aldeia onde vive.
Outra vez o autor usa e abusa da fórmula de usar expressões líricas, para em seguida inundar o leitor com imagens de violência, ódio e asco.
Aquela conhecida fórmula de “épater le bourgeois”, repetida por “intelectuais”.
Frases curtas, sem a escrita rocambolesca de frases na ordem inversa, do livro que li anteriormente.
Frases porém que se tornam monótonas, por nada trazerem, exceto o falso lirismo da violência.
Além disso, notam-se aqui e ali incoerências no texto, que corroem a trama e o cenário no pano de fundo.
Ô Valtinho, decidi que vou dar um tempo!
Você está besta demais, com tanta pretensão.
Tchau!
Há muitos outros escritores que merecem a minha atenção.
Você se perdeu no meio da fama de auto-bajulação dos “iguais”- ou seja, a fama dos que se consideram superiores.