Patrícios

Patrícios – sírios e libaneses em São Paulo, de Oswaldo Mário Serra Truzzi (Editora UNESP, 2008) é uma tentativa de exaltação da colônia de sírios e de libaneses que, desde os primeiros anos do século XX até hoje, estabeleceu-se em São Paulo.

O livro se prende demasiadamente aos “sucessos” comerciais e políticos dos descendentes desse grupo, mas narra muito pouco sobre o dia a dia difícil dos imigrantes. Livros sobre outras comunidades de imigrantes no Brasil são muito mais ricos nesse aspecto. Excede em ufanismo, mas falta, por exemplo, em informações sobre o abandono das religiões ao longo das gerações. Afinal de contas, no início do livro, o autor comenta en passant sobre diferenças entre maronitas, melquitas, ortodoxos, drusos e muçulmanos – no Oriente Médio – mas, apenas com relação a estes últimos, em um capítulo de posfácio, relata a influência das tradições religiosas para as famílias dos imigrantes, e a perda delas com o passar do tempo no Brasil.

Interessante o capítulo que compara os mascates sírios e libaneses no Brasil, com os mascates judeus ashkenazim nos Estados Unidos, enquanto examina também a situação dos pequenos comerciantes sírios e libaneses nos Estados Unidos e dos pequenos comerciantes judeus no Brasil.

O autor apresenta uma noção de uma Grande Síria, que abrangeria o Eretz Israel (Jesus nasceu na Síria!!!!), mas nada menciona sobre palestinos e jordanianos.

Apesar da vasta bibliografia, o livro não atinge muito bem a descrição histórica, ao se prender demasiadamente aos casos de sucessos individuais.

Pelo menos tem o valor de desmitificar o conceito de Fenícia e Líbano.

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